18 de jun. de 2008

INFORMATIVO: 1° Encontro Gaúcho de Psicologia Transpessoal

Nos dias 3 e 4 de junho aconteceu o 1° Encontro Gaúcho de Psicologia Transpessoal. O evento trouxe a Porto Alegre o psicólogo inglês Roger Woolger, conhecido internacionalmente por ser o criador do Processo de Memória Profunda (DMP). O congresso foi promovido pela Associação Luso-Brasileira de Psicologia Transpessoal - ALUBRAT do Rio Grande do Sul, representante da ALUBRAT nacional, com sede em Campinas/SP. Além das palestras de encerramento de Woolger e da presidente da ALUBRAT, Vera Saldanha, a programação do Encontro foi composta por uma mesa redonda, quatro oficinas e dez palestras.

O objetivo do 1° Encontro Gaúcho de Psicologia Transpessoal foi possibilitar o conhecimento e o esclarecimento sobre a Psicologia Transpessoal e suas diversas aplicações. Ela é uma abordagem que integra a espiritualidade e a transcendência como inerentes ao ser humano saudável. Isso ocorre através do estudo da Consciência e de seus estados elevados. Por se tratar de uma abordagem transdisciplinar, pode ser aplicada nas áreas de educação, saúde e nas organizações. Essa diversidade foi contemplada nas apresentações do Encontro. O evento demonstra como ocorre essa prática através dos trabalhos finais da primeira turma de Pós-Graduação em Psicologia Transpessoal pela ALUBRAT no Rio Grande do Sul.

Abaixo vai o resumo das palestras do 1° Encontro Gaúcho de Psicologia Transpessoal, que teve como presidente a coordenadora geral da AUBRAT –RS Ms Maria Cristina Monteiro de Barros, e como coordenador, o Esp. Rodrigo Girondi Thomasi. Os palestrantes foram os alunos da primeira turma de pós-graduação em psicologia transpessoal, além de Maria Cristina, presidente da Alubrat no Rio Grande do Sul, e de Vera Saldanha, presidente da Alubrat nacional, e do convidado Roger Woogler,

A consciência: O poder interior na Era da Incerteza - Erica Nelly Brandt
Psicóloga, Pós-Grad. Lato Sensu – MBA em Gestão de Projeto em Abordagem Holística (Faculdade São Judas Tadeu e Unipaz –Rio de Janeiro / RJ); Esp. em Psicologia Transpessoal (ALUBRAT).

A psicóloga foi construindo sua caminhada na transpessoal através de um processo que começou com experiências pessoais e resultou num trabalho grupal. Erica organizou retiros, primeiro para si mesma, depois para grupos, com a intenção de “experenciar” o que chamou de Poder Interior. Através caminhadas na praia, o contato com a areia e com as conchas do mar, filmes sobre as transformações da vida, o processo dos “sete passos” da abordagem integrativa, de Vera Saldanha, é possível valorizar a emoção, dar mais atenção às sensações, à filosofia e à espiritualidade. Os sete passos são o reconhecimento, a identificação, a desindentificação, a transmutação, a transformação, a elaboração e a integração.

Erica falou da importância e da necessidade de resgatarmos o sagrado na nossa vida, nos entregarmos a um novo sentido, que não o material, e ser um ser realmente empírico, viver, e aprender a se acarinhar, a respeitar a si e aos mais frágeis. A dinâmica integrativa foi o caminho para possibilitar que os participantes entrassem em contato com a consciência, para saber o que fazer num momento como este em que vivemos “de exploração externa do mundo (nos últimos 100 anos, através os estudos espaciais)”. Ela lembra que está na hora de perguntarmos onde nos perdemos. Por isso, seria importante juntar tudo de nós – o racional, o espiritual – e ir abraçando as oportunidades, descobrindo as mudanças, em questões individuais e grupais.

Equoterapia e a Abordagem Integrativa - Rodrigo Girondi ThomasiPsicólogo (PUC/RS); Esp. em Psicologia Transpessoal (ALUBRAT); Artista Plástico, Equoterapeuta; Coordenador Administrativo da ALUBRAT - RS.

A equoterapia utiliza o cavalo como forma de terapia. É um tratamento reconhecido através pela comunidade médica, portanto, existe um atestado que libera esta prática por profissionais e instituições. Além disso, é necessário saber trabalhar com o animal, o que não é qualquer pessoa que sabe lidar com o cavalo. É uma atividade praticamente sem restrições, exceto, para aquelas pessoas para as quais se proíbe ou não recomenda a praticar exercícios por motivos diversos, como por exemplo, devido a problemas na coluna. É muito indicada para pessoas com necessidades especiais ou deficiências mentais.

A abordagem integrativa na equoterapia tem a finalidade de fazer com o paciente acompanhe os “sete passos” do tratamento na psicologia transpessoal propostos por Vera Saldanha: O reconhecimento, a identificação, a desidentificação, a transmutação, a transformação, a elaboração e a integração devem ser passados, um a um, durante a equoterapia. A duração desses processos é particular de cada tratamento, no entanto, é essencial envolver a família na terapia. É possível utilizar diversas técnicas sob o cavalo, como meditação, visualização, grafismo, contos e histórias.


Educação Emocional: uma contribuição para a construção de relacionamentos sadios - Bárbara Terezinha dos Santos Lafaya
Psicóloga; Formação em Purna Ashran; Biopsicologia; Curso de Ayur Yoga na Montanha Encantada com o Dr. Rugue.

Como se trabalhar com as emoções? Não fomos ensinados a isso, porque tínhamos que escondê-las, ignorá-las. Emoções acontecem em todo o nosso corpo. E elas têm um poder de cura, e contribuem para que tenhamos relacionamentos sadios. Bárbara demonstra que a educação emocional conduz a esse ponto exatamente em uma época de sobrecarga, rodeada de falsas crenças, preconceitos, alienação, em que nos dissociamos do nosso corpo, da mente e da capacidade de amar. Para isso, precisamos criar uma consciência, para que “eu saiba o que eu e os outros estão sentindo, qual é a intensidade e a causa dessas emoções”.

Há uma escala de consciência emocional. Começa a partir de uma insensibilidade, passa por sensações físicas, chega na experiência primitiva, em que reajo com violência, medo, agitação, passividade – atos improdutivos. Quando atingimos a barreira verbal, começamos a nos dar conta, pensar, refletir sobre o que está acontecendo, fazer a diferenciação entre as emoções e o que aconteceu para que eu esteja as sentindo. Depois já chego no estágio em que atribuo uma causa. Dessa forma, venho da inconsciência, e alcanço àquilo que este me incomodando. Acima da barreira verbal, é onde já começamos a interagir.

E para chegar a exprimir e entender as emoções devemos criar empatia – capacidade de podermos escutar o outro, acolhe-lo nas suas possibilidades e, a partir daí, estar na interatividade. Há exercícios que posso fazer para isso, como pedir permissão, ser sincero, enfrentar o pai crítico – que somos nós próprios nos criticando, e que nos impede de entrar em contato com as verdadeiras emoções. Para chegarmos ao amor sincero e próximo à verdade temos alguns estágios: (1) abrir o coração e pedir carinho; (2) examinar o panorama emocional, somos seres de interação, amorosos, e nos ensinar a como não ficar criticando e julgando as pessoas; (3) assumir as responsabilidade pelas nossas coisas, buscar respostas para as nossas atitudes, e um equilíbrio emocional. Estamos aqui para evoluir e interagir de forma construtiva e amorosa, e a educação emocional possibilita isso.

Acolhendo o Cuidador: Um olhar Transpessoal - Edi Casagranda Vieira
Enfermeira (Fac. Enf. “Nossa Senhora Medianeira” – Santa Maria – RS), Esp. Enfermagem do Trabalho (UFRGS/ RS); Esp. Enfermagem Cirúrgica (Instituição Educacional São Judas Tadeu); Esp. em Psicologia Transpessoal (ALUBRAT).

Edi foi enfermeira no Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre durante 24 anos. Ela participa de um grupo em que faz o acolhimento a enfermeiros e técnicos. Por isso, se perguntou que, enquanto profissional, o que se faz para atender bem ao paciente? Ela lembrou que era ensinada a não se envolver, deixar a vida pessoal fora do trabalho. No entanto, viu que isso não é possível. Para acolher, o profissional deve ter a capacidade de emocionar-se. Portanto, para cuidar daquele que trabalha com o outro, é necessário também ter cuidado com essa relação com o outro ser. Edi disse que o acolhimento deve vir com a reflexão sobre os profissionais com amorosidade, sobre o cuidado da própria atitude e qualidade de vida, aprender a ouvir os sinais e estar receptivo ao outro, e criar novas metas com esta interação.

Ela trabalhou através dos chácaras – centro vitais de transformação do corpo humano – para ver através deles, as dores e suas causas no acolhimento dos cuidadores. Para conseguir a transformação e a melhora deles, ela utilizou os “sete passos” da psicologia transpessoal de Vera Saldanha. Através dessa transformação, Edi observou que também é importante rever e estabelecer novas metas de vida, e assumir as mudanças. E lembrou que o saber, o amor e o querer e a espiritualidade fazem a união entre as pessoas.

A Criança e a Expansão da Consciência

A abordagem sistêmica e a transpessoal no atendimento a crianças - Gabriela Eberhart Guimarães. Psicóloga Esp. em Terapia de Casal e Família (Instituto da Família -POA /RS); Esp em Psicologia Transpessoal (ALUBRAT).;
A Criança Indigo na Abordagem Trnaspessoal - Ingrid Cañete. Psicóloga (PUC/RS); Esp. em Administração de Recursos Humanos (PUC/RS); GBA_ Global Business Administration (UNISINOS/OEA/FIERGS, POA-RS); Esp em Psicologia Transpessoal (ALUBRAT); Mestrado em Administração de Recursos Humanos (Administração de Recursos Humanos ( PPGA/UFRGS/ RS).
Educação para o autoconhecimento - Luisa Hogetop. Educadora (UFSM – Santa Maria/RS); Esp em Educação Especial (UEL /PR); Esp. em Arteterapia (Psique - Centro Terapêutica - POA/ RS); Esp. em Psicologia Transpessoal (ALUBRAT); Mestrado em Educação (UFRGS / RS).

Gabriela Guimarães associou a abordagem sistêmica da piscologia transpessoal, através dos “sete passos” de Vera Saldanha, com a terapia de família. Ela apresentou um caso com uma criança em que trabalhou nas intervenções técnicas essas duas abordagens. Gabriela lembrou que a nova concepção de psicopatologia defende que está ela não só no paciente, mas também em toda a família. A transpessoal também refere essa interconexão. Além disso, ela traz técnicas que facilitam a vivencias. Gabriela observou a necessidade de sair da abordagem da causa e do efeito, e ir para a figura de um espiral, de que tudo se integra, e que também vai para o espiritual – o evolutivo e o permanente. A psicóloga afirmou que a integração se baseia na interconxeção conquistada na evolução das relações. Através dessa evolução, é possível se conectar com os diferentes níveis de consciências, a partir dos quais os seres se afetam mutuamente.

Ingrid Cañete falou sobre um grupo evolutivo de crianças que faz parte do processo de evolução pelo qual passa, constantemente, a humanidade. A potencialidade da humanidade está nesse processo e na possibilidade de ampliar a consciência. Nos últimos 30 anos, Ingrid conta que seres diferentes, em características físicas, psicológicas e espirituais estiveram aqui, e que seriam oito grupos. Dois deles estariam chegando em número maior (cerca de 90% das crianças que nasceram após a década de 80 e 90), que são o Cristal e o Índigo, que prepararia o terreno para o primeiro grupo. Os Índigos teriam características diferenciadas, como a dificuldade de aceitar um “não”, seriam questionadores, rigorosos, com muita energia. Eles vieram para revisar os status quos atuais. Dentro da visão transpessoal, esses grupos vêm nos demonstrando o que é o Ser humano nascendo com a consciência mais expandida. Eles seriam mais intuitivos, de tal maneira, que muitas características decorreriam disso. Ou seja, teriam uma visão mais holística, do todo. As crianças Cristal também teriam característica determinadas. Elas seriam telepáticas, mais que os Índigos, e começariam a falar o que sentem. A tendência delas é ver o coletivo, não o eu na frente, como é o modelo atual da sociedade. E elas buscariam o Nós Coletivo.

Luisa Hogetop fez um trabalho, também baseado na abordagem integrativa, utilizando os “sete passos” da Vera Saldanha, com mães de crianças com “transtornos globais do desenvolvimento”, durante o período de espera dessas mães pelos seus filhos no turno escolar. Luiza contou que essas mulheres ficavam imersas no contexto da doença mental, não tinham suporte. Através do aporte técnico da educação transdisciplinar – interna e externa – do ser humano, Luisa trabalhou com as mães os diversos níveis de realidade que existem, e que elas não conseguiam viver, porque vivam no contexto de uma doença mental. Através desse trabalho, a psicóloga oportunizou um espaço do tempo das mães em que elas pudessem se afastar do cotidiano da doença mental, e pensar sobre si mesmas. Isso aumentou a consciência delas, e ajudou que reconhecessem suas questões e potencialidades. Ela utilizou atividades de arteterapia, e dinâmicas nos encontros. Elas ajudaram na busca por essa auto-identidade, através das funções psíquicas.

Meditação – Amanda Trindade
Psicóloga; Formação em Purna Ashran; Biopsicologia; Curso de Ayur Yoga na Montanha Encantada com o Dr. Rugue.

A meditação é um recurso para a busca do transcendental, e o que está relacionado a outras buscas, como a alimentação, o descanso, a união sexual, o autodesenvolvimento. E além de buscar, a meditação visa à libertação de condicionamentos. A era atual, na qual consideramos a cosmologia védica, está relacionada a esta busca. Vedas é um conhecimento místico que foi revelado por meio de grandes sábios. Por isso, ele não foi construído pelo conhecer, pela experiência. E, nessa cosmologia, somos seres em busca de prazer. A meditação vai nos ajudar a encontrar o prazer em coisas eternas, e libertar-nos de condicionamentos físicos, egóicos, entre outros. Há diversas formas de meditação, as mandalas e os mantras são exemplos.

Já existem pesquisas científicas relacionadas a substâncias do corpo humano, como o ácido lático e o cortizol, que comprovam os benefícios da meditação, no sentido dessa busca desse prazer. A liberação dessas substâncias está relacionada a stress, ansiedade, cansaço, irritabilidade, inquietude. A meditação reduz os níveis desses hormônios no organismo humano, ou seja, contribui para a diminuição dessas sensações. Em nível mental, a meditação participa da transformação do caráter. Ela ajuda a desenvolver características virtuosas, como a tolerância e a autoreflexão.

A Mandala da Vida - Carla Cavalheiro
Psicóloga. Professora Universitária (UCS); Especialista em Abordagem holística Com Estágio em Psicologia Oriental na India (UNIPAZ-CESBLU); Pós graduada em Desenvolvimento Humano (UCS) - Abordagem Integrativa Transpessoal (ALUBRAT-CESBLU); Formação em Biopsicologia (INSTITUTO VISÃO FUTURO); Asprirante do CIT - Colégio Internacional dos terapeutas; Mestranda em psicologia clínica (UNISINOS).

Psicologia Transpessoal a serviço da organização - Mitsue Adachi Ávila de OliveiraDireito (UNISINOS/RS); Esp. Formação Básica em Dinâmicas de Grupos (SBDG - POA/ RS); Esp. em Psicologia Transpessoal (ALUBRAT).

Mitsue de Oliveira aplicou a abordagem integrativa em um Programa de Qualidade de Vida na Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul. Como servidora desse órgão público, ela viu a necessidade de propor uma política de ações que pudessem olhar o servidor de forma integral e através de suas dimensões fundamentais. – físicas, sociológica, biológica, ou seja, ter uma visão holística. Para isso, ela organizou um trabalho com um grupo com o objetivo de que as pessoas se sentissem e pudessem se relacionar de uma forma melhor. E para ela a competência interpessoal – que ela definiu como a habilidade de lidar com as pessoas de maneira adequada e conforme a necessidade de cada uma, foi fundamental, e aplicada através de um curso que ela chamou de “desenvolvimento em transpessoal através do autoconhecimento”. Ela utilizou dinâmicas de grupos e a abordagem integrativa da psicologia transpessoal.

O “Eu” Transpessoal – Domício Brasiliense
Pedagogia: Orientação Educacional; Terapia de Casal e Família; Esp. Em Psicologia Transpessoal (ALUBRAT).

Neste trabalho o eu transpessoal foi o tema porque o autor justifica que a formação interior é o principal caminho que leva à transformação. Esse “eu” precisa estar em harmonia, sentindo e se relacionando para atingir o que Domício chamada de o “estrelar”, o eu que olha para cima. Esse estado caracteriza um “eu” pleno e em harmonia com o todo. E para isso, o psicólogo lembra que temos que nos erguer. Como atingir essa supremacia: sempre buscando um estado maior do que eu sou agora. E nos momento em que se é mais, se tornar mais para os outros. Essa conquista, de acordo com Domício, só é conquistada quando conseguimos assumir as nossas diferenças. Por isso, temos que nos erguer. E o estado de harmonia alcançado, com o outro, significa também paz interior. E para chegar a isso, a abordagem integrativa, através dos “sete passos” de Vera Saldanha. E dessa transformação e visão fazem parte o “eu prático”, que não deixa de ser criança, de rir, abraçarç o “eu energia”, o “ser amor”. E isso tudo pode ser trabalho através de histórias infantis, inclusive para adultos, como lembra o terapeuta.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bala o encontro! Gostei muito de participar e de ver ele aqui no Blog! Abraço Rodrigo